segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

NATAL E TAL

Natal é bom quando a gente é pequeno e tudo parece estar completo, pois nossos principais estão todos por perto nesta noite de celebração.

Então o tempo vai passando, alguns dos principais se vão de uma forma ou de outra, a família se divide apesar de crescer, e aí já não achamos tão bom o Natal.

O tempo vai passando mais ainda, e a família que já estava dividida se subdivide e é aí que sentimos que não tem mais volta, que nossos pedaços estão definitivamente espalhados pelo mundo afora.

Acho que é a vida que vai ficando mais dura perto do topo.(A frase é do Nietzsche - nunca consigo escrever certo o nome desse cara) e é uma frase que vou entendendo bem, e me sinto privilegiado por poder entende-la, assim como sou privilegiado por estar agora escrevendo neste computador, assim como tive muita sorte de ter uma família sem maiores mazelas e com condições até de botar na mesa um Chester, uma torta fria e um par de garrafas de Champagne. Nada demais, mas também nadíssima de menos.

Desde criança pergunto o que significa o Natal. Por alguma razão, sempre acabo esquecendo.

Agora já não importa muito.

O Natal, ando descobrindo, é apenas um dia a mais no qual podemos simplesmente agradecer as sortes.

Deveríamos fazer isto mais.

Deveríamos fazer isto todos os dias.



dezembro 14 e 15

domingo, 27 de dezembro de 2015

O QUE CHICO FEZ PELO POVO?

Vejo que muitas pessoas revoltadas, e certamente distraídas, insistem na pergunta, e isso geralmente acontece em caixa alta:

O QUE CHICO BUARQUE FEZ PELO POVO?

Eu tenho uma vaga ideia e vou tentar escreve-la.

Acho que o Chico, desde sempre, criou uma música nova e fantástica. Tive a sorte de ter tido contato com esta música desde criança e sendo assim, acredito que Chico faz parte de minha educação.

Penso que a música do Chico pode apurar a percepção das pessoas e desta forma elas podem se interessar por ouvir mais música com esta qualidade, como também podem se interessar por literatura, por bom cinema, por ecologia.

Acho que cultura e educação aumentam horizontes e o leque de escolhas. Escolher significa eleger.

Penso que quanto maior for nossa quantidade de opções, maior será nossa possibilidade também de ter uma visão política um pouco menos frágil. Maior será nossa capacidade de avaliar e não aceitar o que está sendo dito pelos meios de comunicação, a voz leviana da mídia. Tanto politicamente quanto culturalmente.

A Globo dissemina a ideia desta música mercantil sertaneja aos 4 cantos do Brasil e exime-se de entregar cultura às pessoas. É um ataque massivo. 


Não acredito que quem consome este tipo de música possa ter uma ideia política consistente. Também não acredito que sejam pessoas que se interessem por qualquer outro tipo de arte. Não acredito que sejam pessoas que se interessem em geral. Foram formatados como meros consumidores de lixo. E os meios de comunicação se esforçam diariamente para aumentar mais e mais este contingente de consumidores cegos.

Buda disse que o conflito não está entre o bem e o mal, e sim entre o conhecimento e a ignorância. A ignorância resulta num congresso, a cada dia que passa, mais careta e mais bandido. Esta ignorância, que é alimentada diariamente pela TV que só quer encher os bolsos de dinheiro, tem um preço social muito alto.

Não sei se me faço entender, mas o resumo da resposta para esta pergunta que vi tantas vezes repetida é mais ou menos este:

O que Chico fez pelo povo foi aumentar sua capacidade de percepção. Aprimorar a estética, em princípio, tem também como resultado  o aprimoramento da ética e isto  nada mais é do que melhorar a visão política no melhor sentido que esta palavra possa ter. É um movimento de um valor imenso e por causa disto, acho que Chico pode e deve tomar champagne  em Paris ou em qualquer outro lugar do mundo. É um gigante. Um dos maiores criadores do planeta. 


Tive muita sorte de ter tido pais que me puseram em contato com ele.

Esta é apenas uma ideia que tenho a respeito do que Chico, assim como todos os artistas criativos, fizeram e fazem por um povo. Você pode até discordar, mas para isto, antes vai ter de entender. E se discordar não precisa gritar.

Teremos de achar o fio de comunicação. Mais dia ou menos dia.


27 - dezembro - 15