terça-feira, 25 de agosto de 2015

UM TIQUINHO DE Nietzsche

Comentei com vocês que minha burrice e eu estávamos tentando ler "E ASSIM FALOU ZARATUSTRA" do gauderíssimo Nietzsche? Comentei, né?

Devo ter comentado também que há um prólogo que revela sobre qual assunto o livro versa. Não fosse isto, confesso com amargor, estaríamos ainda mais perdidos. Pelo que saquei, Zaratustra prega que o homem pode vir a se tornar o super-homem, mas para isto ele tem de dizer não à religião e a qualquer deus.


A obra tem capítulos pequenos, de uma página e meia ou duas e sempre termina com a frase “E assim falou Zaratustra”. No momento em que termino de ler este famoso bordão, marco a página, fecho o livro, coloco a mão no queixo e penso. “E assim nada entendeu Corona”.

E devo ter contado também que acabei mandando apaputa e que deixei o livro jogado no banheiro.

Pois bem.  Dia destes resolvi dar uma tentadinha e depositei especial atenção a um capitulinho intitulado DO AMOR AO PRÓXIMO. Bem interessante.

O filósofo sugere que se tenha amor ao distante e não ao próximo. Parece até gozação, mas pelo que captei, ele diz que, na verdade,  o que buscamos no próximo é uma espécie de testemunha que fale de nossas virtudes para que também possamos  acreditar nelas.

VOSSO AMOR RUIM PARA CONVOSCO MESMOS FAZ DA SOLIDÃO UMA PRISÃO PARA VÓS.

Neste capítulo, Zaratustra prega que a amizade mais valiosa é aquela que se tem por si próprio.  Não sabemos ser amigos de nós mesmos.

Algo que também achei interessante mas não entendi muito é:

"O TU É MAIS VELHO DO QUE O EU. O TU FOI SANTIFICADO, MAS O EU AINDA NÃO, E ASSIM O HOMEM SE AGLOMERA SOBRE O PRÓXIMO". Deve ter a ver com cristianismo. Desconfio.

Outra frase deste capítulo que achei surpreendente é a seguinte:

SÃO OS DISTANTES QUE PAGAM PELO SEU AMOR AO PRÓXIMO; E JÁ QUANDO ESTAIS UNIDOS EM CINCO, UM SEXTO DEVE SEMPRE MORRER.

Será que ele está se referindo ao sectarismo? Formamos um país guerreiro, um time, um grupo, uma igreja, uma raça, uma religião, uma facção, uma quadrilha e assim defendemos trágica e idiotamente uma bandeira, em vez de assumirmos que somos uma humanidade conectada e única? Será isso?

Bueno. É pouco, mas é o que tem. Não deixa de ser uma pequena vitória.

Consegui entender um pouco desta churumela e quis dividir com vocês o resultado deste round. O simples ato de conseguir escrever o nome desse cara já é uma luta:

Nietzsche.

5 consoantes seguidas. É mole?

Acho que você começa a se tornar um intelectual quando consegue escrever Nietzsche sem precisar copiar.

Pra finalizar vai uma frase correlata de um outro genial filósofo, este do Peru, chamado Sofocleto:

"Você deve amar o próximo como se fosse a mulher dele".

PS - Nietzsche morreu louco e não comeu ninguém. Bem feito.











quarta-feira, 19 de agosto de 2015

BoBaJaDaS dA hOrA

 Eu acredito sim que no começo era tudo um tédio, tudo um saco, mas tanto, tanto, que acabou havendo uma explosão pra acabar de vez com aquela chatice. Tô falando do Big Bang. O começo de tudo.

O físico Stephen Hawking conseguiu contradizer a teoria de meu pai. Meu pai sempre dizia que o mundo era infinito pra frente assim como também era infinito pra trás. O mundo nunca teve começo. Sempre existiu.

Ora vejam! Isso foi talvez o primeiro nó que tive no cérebro. O último grande nó que atualmente me massacra o crâneo se resume à seguinte pergunta: "Como é que alguém pode gostar de assistir ao Vídeo Show"?

Mas voltando à teoria de Hawking. Eu acredito que nestes primeiros tempos, depois da grande explosão que deu início à expansão do universo, Deus nem existisse, pois acho que não foi Ele que chutou o átomo pra criar a primeira balbúrdia.

Acho que Deus só foi surgir milênios depois. De tanto que o homem acreditou nele, ele acabou se formando.

Agora, este deus, que é criação e invenção mal feitinha do homem, deve estar em sua mesa, pensando, talvez um tanto perdido.

Triste e só, necessita urgentemente de companhia. Companhia de uma deusa, quem sabe. Sim. Companhia feminina. Porque Deus é homem. Não é mulher e não é gay. Mulheres e gays são mais éticos do que nós homens. Talvez Deus necessite companhia pra dar um pouco mais de sentido à sua existência. Pra organizar um pouco seu trabalho. Tão atrasado que está.

A humanidade agradeceria.



FC - 15 - Agosto - pOa

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

HISTORIETS MUSICALIS 2

Não sei quem me contou que rolou em Paris, e já faz tempo, um insólito concerto de uns indianos famosos.

Teatro lotado, os caras entram em cena, aplaudidíssimos, sentam no chão com seus instrumentos, cítara, tablas e aquelas coisas. Ficam em silêncio e de olhos fechados. Os minutos vão se passando e nada de começar. ...

De repente, o líder dos músicos chama alguém que seria da produção e a ele segreda alguma coisa. O produtor vai até o microfone e diz que, infelizmente, o show não poderá se realizar, pois os artistas sentiram más vibrações no ar.

É mole?

Diz que até já havia uma previsão deste risco. Tipo " só rola show se tiver clima".

Parece que não teve.

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Reza a lenda que uma banda (que não vou dizer o nome) foi fazer um concerto em alguma cidade do interior do Rio Grande do Sul. Esta banda foi uma das primeiras bandas punks do país.

No meio do espetáculo, os integrantes começaram a cuspir no público e aquilo foi irritando a galera que resolveu subir no palco pra bater o brim dos músicos que saíram correndo dali pra salvar a pele. O vocalista gritando. "Que gente é essa? Eles não sabem que é normal a gente cuspir neles"?

Acho que ainda não havia chegado na cidade a informação de que grupos punks cospem na plateia e isso é o maior barato.

Faltou informação.

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A professora entrou na sala pra dizer que a atividade do dia seria falar sobre as profissões dos pais. Tava tudo transcorrendo dentro da normalidade quando um menino disse ser filho de músico. O papo foi maomeno assim:

- Que legal, Paulinho. E o que que seu pai toca?

- Toca fagote, professora.

- Toca o que?

- Fagote.

- Ai, querido. Olha só. Chega aqui pertinho que vou te falar uma coisa. Presta bem atenção, amor. Não é fagote que se diz. Olha bem!

É PA - GO - DE.

Ela falou a palavra bem assim. Lenta e articulada.

Dizem que isto aconteceu de verdade na cidade do Rio de Janeiro.

Dizem também que o menino chegou em casa chateado com a humilhação sofrida e isto fez seu pai ir até à escola no dia seguinte. Com o fagote debaixo do braço, o músico foi pedir explicações à teacher, que envergonhada retratou-se, e gentilmente, convidou-o a falar algumas palavras elucidativas sobre o instrumento e até a fazer uma pequena demonstração deste.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

FÁBRICA DE IDIOTAS


Um idiota escreve uma mentira de 5 linhas e propaga na rede. Milhares de outros idiotas enxergam nesta mentira a verdade que gostariam de ver escrita e imediatamente a compartilham, sem verificar a fonte, é claro.

Outros tantos idiotas comentam e celebram o post mentiroso com frases quase sempre de apenas uma linha.

Alguém que preza a verdade e a justiça resolve desmentir, mas para fazer isto, são necessárias 50 linhas. Idiotas não leem textos de 50 linhas porque são idiotas e muito menos vão ler um texto que vá dissolver suas crenças tacanhas.

Idiotas se dividem basicamente em toupeiras e perversos. Toupeiras e perversos não lêem textos de 50 linhas por motivos parecidos. Motivos pequenos.

O mundo, a cada dia que passa, tem mais idiotas. A ideologia do consumo ordena que o planeta seja uma gigantesca fábrica. Uma fábrica de idiotas.

ENQUANTO A MENTIRA JÁ ANDOU MEIO MUNDO, A VERDADE AINDA NEM CALÇOU OS SAPATOS. (Mark Twain)


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

DESCONFIADO


Meu pai me fez gremista e já vibrei bastante com futebol, mas confesso que de um tempo pra cá fiquei enojado com futebol em geral, mas mais ainda com o futebol brasileiro que não vale o ingresso. O ingresso tá caríssimo. E o que se vê não é espetáculo. O que tem se visto é muito ruim.

Não tem melhores lances no intervalo. Já notaram?


Apesar da goleada no Grenal, não toquei flauta nenhuma. Não vejo mais muito sentido nisso. Sabe por que?

Porque a vida brasileira tá uma merda. Viramos um pântano.

Pra ir no futebol se paga caro pra assistir o nada, pode rolar um assalto, pode rolar briga entre torcidas.

Isso já não é mais vida normal. Isso é uma vida de merda. Acho que estamos no ponto crítico de cruzar o limite de todos os limites. Ruim pra caralho.

E não é por causa da Dilma. Se estivesse o PSDB no poder seria muito pior. Tenho certeza. Mas a turma da Dilma também é de uma anestesia total. Não se vê um movimento vigoroso em nenhuma direção pra mudar radicalmente esta tristeza que estamos vivendo.

Mais do que tudo, falo sobre os 55 mil assassinatos anuais, que já andam dizendo por aí ser um número abaixo da realidade.

Agora, sobre o Grenal, que só se fala nisso, tô desconfiadíssimo. O que que fez o Internacional tomar 5 deste time do Grêmio que é tão ruim? Tenho visto algumas partidas do Grêmio e é aborrecido a ponto da gente mudar o canal pra assistir a vida sexual dos elefantes marinhos. Aquilo sim é que é vidão! Que futebol que nada!

Então tô desconfiado.

Assim como tô desconfiado deste editorial da ZH de ontem, sentando o pau no Cunha. Não tô entendendo mais nada. O que será que tá fazendo a Globo mudar o tom de uma hora pra outra? Que meda.

Se eles começarem a fazer programas com os verdadeiros artistas brasileiros, em vez de propagar a praga sertaneja, me mudo hein?

Vou pra Miami.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

BOBAJADAS ALIMENTÍCIAS

Carácoles. Meu estômago é que anda impossível. Se rebelou total. De uns tempos pra cá vem emitindo uns grunhidos esquisitíssimos. 

Acho que foram minhas caminhadas pelo aterro do Flamengo que levaram ele a se comunicar com tamanha expressão. Sempre que passava ao lado do Porcão e sentia aquela maresia de picanha meu estômago fazia algum comentário, e com o passar do tempo foi se tornando cada vez mais falante o rapazinho. Minha mãe usaria o termo "saliente".

Pois dia destes entrei no elevador e tinha uma família dentro. O chefe do clã levava uma pizza gigante nas mãos. Quando o elevador se pôs em movimento, entrou pelas minhas narinas aquela mistura fatal de queijo, orégano e cebola. Cara! Não deu outra. O Goodzila deu um urro assustador. Credo! A menina, de olhos arregalados, se escondeu atrás da mãe. Eu, constrangido, inventei uma idiotice qualquer e saí dali pensando que preciso contratar um gastro adestrador urgente. Que vergonha!

Mudando de assunto mas continuando num parecido, até hoje, uma das coisas que não tenho certeza nesta vida é se gosto ou não de tomate. Eu como tomate todos os dias, mas este é ainda um mistério pra mim. Sempre olho desconfiado pra ele.

Dia destes, fiquei sabendo que o tomate faz bem pra próstata. Então, com isto já tenho conhecimento de duas coisas que fazem bem pra próstata. O tomate e a masturbação.

Talvez, estas sejam apenas falsas lendas ou mitos populares, mas sei lá, por via das dúvidas, pego um tomate e me toco pro banheiro.

Fiquei sabendo também que o tomate talvez venha a fazer mal pro rim, mas quer saber?

Dane-se rim!

Brincadeirinha. Eu tento cuidar bem da saúde, tanto é verdade, que já estamos em julho, e apesar da onda terrível de gripes e viroses que está castigando o gentio, venho me mantendo incólume.

Talvez isto seja devido às duas xícaras de chá com gengibre que tenho ingerido diariamente.

Também é digno de nota ressaltar que tal infusão incrementou minha potência sexual em 3,8%. 

Grato pela atenção.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O IDIOTA 2


Dia destes escrevi que não vejo mais nenhum comentário ruim na minha página pois acho que eliminei todos aqueles que, a meu ver, são idiotas e com isto, minha gastrite cerebral melhorou bastante.

O King Jeam talvez tenha razão ao me perguntar se não vou ficar entediado. Pode ser que sim.

Teve um outro que mexeu comigo dizendo que não é saudável ficar sem contraponto.

Acho ótimo o contraponto, desde que ele exista de verdade.

Tô procurando desde ontem um texto brilhante que fala a respeito do idiota. Não consigo achar.

Claro que é um texto que só é legal se partirmos do ponto de que você não seja idiota.

Em síntese, o texto diz que não se deve discutir com o idiota, pois ele fatalmente vai levar você a um nível rasteiro de discussão e você vai acabar jogando o jogo no campo sujo e esburacado dele. E não tem partida de volta.

Mas o mesmo texto diz também que, no final das contas, é vital, é imprescindível discutir com o idiota. Para que, sob hipótese alguma, fique no ar a sensação de que ele esteja com a razão.

Mas olha só! Pensando bem, e voltando ao assunto de ter ou não ter contraponto, não é completamente inútil conversar com uma pessoa que curte a página de um cara que apoia a tortura?

Tem como discutir com um sujeito que é capaz de afirmar que as tropas do Maduro já estão infiltradas no Brasil?

Não é uma insanidade argumentar com um tipo que compartilha publicações do Joselito Muller e acredita que sejam verdadeiras?

E nem vou falar sobre os quadrúpedes que pedem intervenção militar. Estes são criminosos e não sabem. O idiota consegue ter esta capacidade máxima da idiotice.

Voltando à vaca fria.

O que fiz, foi simplesmente eliminar aqueles que não me restaram dúvidas de que eram realmente idiotas. Idiotas e/ou perversos. A ignorância é vizinha da mentira, da hipocrisia e da pior delas, a injustiça. A ignorância está pertinho do mal. Ou mais do que isto ainda. A ignorância pode ser um valioso álibi para se ser perverso.

Pra finalizar é bom que se diga também que a existência do idiota serve pra alguma coisa. Serve pra fazer você refletir. Claro que aí, novamente, temos de partir do pressuposto de que você não seja idiota.

Tá refletindo?

Tá?

Legal.

sábado, 1 de agosto de 2015

PRO BALÃO NÃO ESTOURAR

Ando metido a escrevente. Se soubesse que escrever melhora o "falar" e até o "pensar", teria começado antes.

Então agora escrevo. No dia seguinte vou ler o que escrevi e algumas vezes não entendo o sentido, de tão mal escrito que está. Então ajeito, arrumo, conserto.

Uma semana depois volto a ler e vejo que ainda tem sujeiras e é com grande esforço que vou tentando elimina-las.

Hoje li um troço que havia escrito e corrigido faz mais de ano e, surpreendentemente, encontrei erros grosseiros. Me deu a impressão de que os erros, travessamente, se rebelam e tomam forma novamente, enquanto não estamos olhando. Então aparei tudo que achei que precisava ser aparado. Daí fiquei pensando que tem certas arestas que nunca vão ser polidas como a gente imagina que possam. Tenho músicas antigas com defeitos irritantes que volta e meia tento sanar, mas acabo chegando à conclusão de que qualquer modificação só piora aquilo que não acho bom. Geralmente perco para mim mesmo e acabo deixando do jeito que está. Fica ali, aquele calombinho, teimoso e imutável, incomodando.

Pensando nisso, lembrei de um caderno que tinha e infelizmente perdi, lançado por gente de Minas em homenagem a Julio Cortázar, que contava que certa feita, em Havana, pouco antes de Fidel discursar, o escritor subiu no palanque e para milhares de pessoas, recitou um de seus contos de cor. Palavra por palavra. É mole?

Já ouvi dizer que a memória avantajada é característica que os grandes tem e Cortázar, também por isto, era um gigante. Imagina se o Julio tivesse um computador nas mãos, que é uma ferramenta que aumenta todas as possibilidades.

Uma frase muito interessante de Cortázar, (que se notabilizou mais por ser um escritor de contos e tinha como uma de suas paixões o boxe) diz maomeno assim: " Num romance, até podemos vencer por pontos, mas num conto, há que ser nocaute".

Por isto que o cara sabia de cor seus contos. Certamente ia até às últimíssimas consequências. Prosa com cuidados de poesia. Cada ponto e cada vírgula em seus locais exatos. Cada palavra no seu preciso lugar.

Carácoles. A ideia desta meticulosidade me fez lembrar de um filme com o Mastroiani, que nunca assisti inteiro e não sei nem título nem diretor. Só lembro de que o protagonista assoprava balões e tinha a doida obsessão de saber qual o momento exato em que o balão não aceitaria mais nenhum miligrama de ar. Claro que todos os balões que ele enchia estouravam. No final, com tantos insucessos, ele se atira pela janela e acaba com a vida.

Parece que o assunto degringolou, não é? Mas tá tudo ligado, tá ligado?

"Atualizar" é uma das palavras da hora. 


Os novos tempos nos permitem aperfeiçoar, atualizar constantemente o que foi feito, o que foi escrito, mas acho que chega num ponto que é importante saber parar, não é? Será que é isso? 

Pro balão não estourar?


FC - PoA - 15 - Agosto