O jogo de xadrez pode parecer aborrecido e lento à primeira vista, mas depois que você pega a manha e descobre alguns truques, as mágicas começam a aparecer e uma adrenalinazinha se aponta.
Você fica doidão quando começa a criar conexões mais engenhosas, e fica assombrado com a grande variedade de situações que se criam.
O próprio Kasparov, considerado o maior jogador de todos os tempos, disse que apesar de ser um enxadrista de grande experiência, este jogo ainda o surpreende com situações por ele ainda nunca vistas.
Algumas pessoas fazem uma analogia entre o jogo de xadrez e a vida.
Eu já descobri, por exemplo, que nesse jogo há certas coisas que não devem ser feitas de jeito nenhum, sob pena de você perder o jogo em poucos lances. A vida também tem muito disto. Algumas coisas realmente não devem ser feitas.
Outra parada. É importante estar atento a todo e qualquer lance. Muitas vezes, o avanço de um modesto peão pode significar o início de seu fim.
Mas o mais importante descobri dia destes quando estava assistindo a uma partida entre dois caras. Quando a gente assiste ao jogo dos outros, enxergamos com clareza os erros que são cometidos, as chances não aproveitadas, as perdas de tempo, então podemos equivocadamente tornarmo-nos críticos e logo fazer um juízo, e também, podemos ingenuamente acreditar que se formos jogar com qualquer um deles, vamos ganhar com facilidade. Na prática não é bem assim.
Quando você senta ao tabuleiro, se torna responsável pelas iniciativas que vai ter e pelos reflexos e resultados que elas vão causar. Cada jogada é uma jogada. Há que decidir o próximo passo. Sempre. É jazz.
Criticar os outros é muito fácil, pois não é a sua vida nem o seu jogo. Quando você cai na raia é que o bicho pega. Você tem de se virar, pois é você quem está jogando e o tempo corre. Como na vida, é bom que não se perca tempo. No fim do jogo talvez não te sobre tempo pra fazer o que devia ou queria ter feito.
O xadrez é um jogo muito complexo e para estar entre os melhores jogadores do mundo há que se iniciar muito cedo. Estes são os chamados Grandes Mestres. Todos tem uma memória prodigiosa e sabem de cor várias partidas históricas e famosas. São capazes de jogar de olhos vendados, sem ver o tabuleiro, e também jogam partidas comemorativas simultâneas contra (às vezes 16 contendores) amadores e semi profissionais.
Este jogo tem muita história e muitas lendas. Tem um bom filme sobre o tema, chamado “Lances Inocentes” que conta a história de um menino de Nova York que se pensava ser o sucessor de Bobby Fischer, um Grande Mestre yankee maluquíssimo que peitou os russos na época da guerra fria, pela década de 60. Os russos, até aquele momento, tinham hegemonia no xadrez. Lá, este jogo sempre fez parte do currículo escolar.
Xadrez é fantástico. Jogo constantemente. Ainda mais agora que andam falando muito por aí que é uma boa forma da gente se manter afastado do “alemão”.
fc - 15 - janeiro - pOa
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