quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
É AÍ QUE O BICHO PEGA
De saco pra mala, as pessoas têm me perguntado.
- E aí? Vais viajar nesse verão?
Claro que não.
Não sou bobo. Ano passado, nas finaleiras, caí de paraquedas em Floripa. As pessoas faziam fila pra conseguir um lugarzinho na sombra. E agora já vi a escovada que tomou este povo todo que saiu de Porto Alegre rumo às praias. Muita gente desistiu e voltou no meio do feriado, mais cansada e estressada do que quando saiu.
Uma amiga se queixou com desespero.
- No supermercado de Torres acabou a batata e a cebola. Deu tilt no cartão de crédito e as maquininhas não funcionam! E agora?
Veríssimo já canta esta pedra faz anos. Melhor lugar pra veranear é Porto Alegre.
E olha que a crise é monumental como diz o Bonner. Imagina se não tivesse crise. O caos seria ainda maior. O Brasil não tem infraestrutura, não tá preparado pras demandas de um Brasil que dá certo? Será que é esta a pergunta correta?
Neste fim de semana uma conhecida foi numa revendedora comprar um carro novo. Se assustou com o buzinaço que rolou em determinado momento. Perguntou ao vendedor o porquê daquilo. Ele respondeu sorridente.
- Acabamos de atingir a meta.
É mole?
É preocupante quando não se vendem carros, pois acontecem demissões e o nazista do Wack, o vampiro brasileiro, vem nos assustar com suas caretas de final dos tempos, mas também preocupa ver tantos veículos novos sendo lançados na malha, pra entupir o que já está por demais entupido. Se correr o bicho pega, se ficar...
Faz uns dois anos fui pra uma ilha fantástica onde não tem carro. A Ilha Grande do Rio de Janeiro.
Estávamos bebendo tranquilamente à beira mar, quando uma lancha se aproximou da orla. Era uma lancha funk. Marmanjos e popozudas dançavam no deck e fizeram todo mundo que estava na beira da praia ouvir a música deles. Minha gastrite cerebral ferveu. Não há escapatória. Não há mais ponto de fuga.
Um dos graves problemas do planeta é a superpopulação. Mas mais sério ainda que isso é o aumento exorbitante da população de idiotas. É aí que o bicho pega.
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