sexta-feira, 14 de abril de 2017

MOQUECA PERIGOSA

Não costumo fotografar comida, mas o sucesso formidável da moqueca me incentivou a levar a cabo esta ridícularidade.

Acho que há um deus, certamente aquele mesmo que protege os bêbados, que algumas vezes alcança uma mão a alguns cozinheiros ocasionais. Hoje ocorreu este pequeno milagre numa panela de ferro.

Posso contar?

Piquei cebola e um pimentão vermelho e refoguei com azeite de oliva.

Quando estavam se dirigindo a desmanchar, adicionei uma porção de tomates e manga também picados. Manga a fruta, sim. Pode acreditar. E junto com isso, uma boa colher de geleia de pimenta.

Tás com medo? Me disseram que é assim que se vai à Índia sem pegar avião e não é a primeira vez que me arrisco a empreender este tipo de turismo.

Deixei carburar bem. Adicionei o leite de coco e umas pitadas de uma mistura de ervas, sais e pimentas, mas bem pouca coisa.

Salguei. Deixei mais um pouco e ficou um molho bacana, vermelho, amarelo, laranja. Então depositei cuidadosamente o peixe. Um kg de tilápia que por sorte encontrei muito fresca e firme.

Atenção. Como não sei esta parada de deixar o peixe temperar no dia anterior, no momento em que coloco na panela, dou uma salgadinha nele direto, pois o peixe custa a aceitar o tempero.

Deixei ali cozinhando uns 10 minutos em fogo baixo e o molho cresceu bastante.

Nos meandros e canais daquela piscina fumegante mergulhei o camarão. Era um camarãozinho duvidoso, pequeno, sem cabeça, com casca, que eu tinha embebido em limão e alho. Dei uma salgadinha nele também neste momento, como tinha feito com o peixe, e o cara acabou se revelando um campeão.

Fechei a panela e deixei mais uns 5 minutos.

O sucesso foi de tal monta que hoje não precisei lavar a louça. Acredita?

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