Estava tocando num bar e quando se encerrou a função, conversei rapidamente com algumas pessoas e entre elas havia um sujeito que eu conhecia de vista.
Regulava de idade comigo e eu sabia que era irmão de um publicitário conhecido aqui de Porto Alegre.
O assunto foi por aí, por música e bossa nova, e o papo caminhou um pouco até parar na política e o cara veio com uma conversa de que haveria uns milionários judeus, gays, na Inglaterra e nos Estados Unidos que estavam fazendo um movimento mundial para desmoralizar a instituição família.
Helllôooou.
O cara foi me dizendo isso enquanto agarrava meu pulso. Cada frase, uma agarradinha, até meu pulso começar a arder legal. Acho detestável pessoas tocarem em você quando não há uma mínima intimidade.
Num determinado momento, me sentindo mareado, pedi licença e saí dali.
No dia seguinte, entrei no Face do cara e havia ali um bocado de fascismo e outro bocado de loucura. Essas duas cosa andam bem juntinhas.
Block.
Isso faz uns dois anos.
Lembrei deste fato ao ler uma matéria esta semana sobre o QAnon.
Caráleo!
O cara já era QAnon.
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