- Vocês tecladistas são muito nojentos. Se acham.
Aquilo ficou em minha cabeça e se não me falha a memória outras pessoas repetiram a afirmação. Não sei ao certo.
Certa noite, tempos depois, estava num quiosque da Lagoa e num delírio etílico comentei no meio de uma roda de músicos e afins que os tecladistas somos mesmo uns insuportáveis. Alguém quis saber o porquê do disparate e segui solando.
“- Nos acham nojentos querem saber por quê? Porque os baixistas tentam, os bateristas se esforçam, mas quem acaba comendo as cantoras somos sempre nós, os tecladistas. Somos nós que conhecemos os intermináveis horizontes da harmonia, somos nós que flutuamos pelos mares da dinâmica e da suavidade. A gente vai tocando e quando vê, sente que há uma cabeça descansando em nosso ombro. É por esta razão que não gostam da gente.”
Segui meu solo idiota.
“Mas é bom fazer um pequeno adendo aqui. Aqueles tecladistas que tocam muitas diminutas também comem, no entanto sempre acabam comendo as chatas e as feias.”
As pessoas ficaram me olhando sem entender.
Acontece que detesto o acorde diminuto. O diminuto traz uns ares piegas e caretas quando a gente o toca. O diminuto tem uma sonoridade dramática e velha e sempre me remete ao que em nosso meio chamamos de “noite” e a “noite”, pra mim, sempre foi sinônimo de melancolia. O diminuto é um acorde mala e só conheço um cara que é um gênio que coloca os diminutos de uma forma que a gente nem nota que são. O nome dele? Djavan.
Bueno. Tá, tá. Eu sei que o papo é machista e claro que não é o homem que come a mulher e sim vice versa e estas lenga lengas e churumelas que tenho escutado por aqui e você tem razão, com certeza, mas o que acontece neste caso específico é que a graça está exatamente ligada a este vinagre ultrapassado. É bom que se tenha um pouco de sacada para entender isto.
Certa feita estava numa roda de conhecidos e comentei que gostava muito do seriado “Two and a half man” e um carinha se empertigou todo ao dizer que não assistia jamais por se tratar de um programa machista. Ficou me olhando com cara de vitória.
Dãããããããããnnnnnn!!!!!!
É engraçado exatamente por isto, tolinho. Por ser escroto, por ser machista.
Acredito ser importante que o olhar que a gente tenha sobre as coisas seja em três dimensões e não em duas. Se não fica por demais simplório.
Você precisa observar o observador.
Existe um escritor sul africano chamado Tom Sharp que escreve literatura de primeira utilizando humor. A forma como retrata os descendentes de holandeses e sua perseguição aos negros naquele país é hilária. Mas não se trata de racismo, muito pelo contrário.
Era patética a postura dos militares em relação ao que seria o comunismo durante o golpe de 64. Houve muita tragédia neste tempo, mas havia uma particularidade cômica na total ignorância daquela gente.
E por fim quando você dá risada dos Sympsons, você não está apoiando aquela forma de ser decadente e aética que eles possuem.
É maomeno isso e também nem tenho muita certeza. Na verdade verdadeira, acho que não sei.
Bueno. Tá, tá. Eu sei que o papo é machista e claro que não é o homem que come a mulher e sim vice versa e estas lenga lengas e churumelas que tenho escutado por aqui e você tem razão, com certeza, mas o que acontece neste caso específico é que a graça está exatamente ligada a este vinagre ultrapassado. É bom que se tenha um pouco de sacada para entender isto.
Certa feita estava numa roda de conhecidos e comentei que gostava muito do seriado “Two and a half man” e um carinha se empertigou todo ao dizer que não assistia jamais por se tratar de um programa machista. Ficou me olhando com cara de vitória.
Dãããããããããnnnnnn!!!!!!
É engraçado exatamente por isto, tolinho. Por ser escroto, por ser machista.
Acredito ser importante que o olhar que a gente tenha sobre as coisas seja em três dimensões e não em duas. Se não fica por demais simplório.
Você precisa observar o observador.
Existe um escritor sul africano chamado Tom Sharp que escreve literatura de primeira utilizando humor. A forma como retrata os descendentes de holandeses e sua perseguição aos negros naquele país é hilária. Mas não se trata de racismo, muito pelo contrário.
Era patética a postura dos militares em relação ao que seria o comunismo durante o golpe de 64. Houve muita tragédia neste tempo, mas havia uma particularidade cômica na total ignorância daquela gente.
E por fim quando você dá risada dos Sympsons, você não está apoiando aquela forma de ser decadente e aética que eles possuem.
É maomeno isso e também nem tenho muita certeza. Na verdade verdadeira, acho que não sei.