terça-feira, 6 de outubro de 2015

TOLICES E COISAS TOLAS

Foi no Julio de Catilhos, que chegou um aluno novo, que tocava também um pouco de piano, e por isto nos aproximamos. Tínhamos 15 anos e morávamos no mesmo bairro. Voltávamos juntos pra casa. Íamos caminhando e ele falava sempre sem parar. Ia me comprimindo pouco a pouco contra a parede. Quando eu não tinha mais espaço, pulava pro outro lado. Então ele me apertava até chegar no fio da calçada. Quando estava quase levando um espelhaço de ônibus na mufa voltava pro outro lado. Era assim sempre. Chegava uma hora que eu estrilava.

- Pô cara! Chega pra lá.

- Pô! Sujeira cara.

Ele era uruguaio e gostava dessa gíria muito usada na época. "Sujeira". Usava em toda e qualquer situação.

Tempos depois conheci um sujeito que gostava de falar de perto. Sabe? Gostava de conversar com as mãos no bolso e o nariz colado no nariz da gente. Lembro que eu me afastava 10 centímetros e ele avançava 10. Me afastava mais 10 e ele recuperava. Quando chegava na parede tinha de dar um jeito de buscar um outro lugar, em campo aberto que desse chance de fuga. Muito chato. Enquanto ele falava eu não respirava. Não queria inalar o troço que ele expirava.

Agora estes tempos reencontrei um colega que adquiriu o hábito de cutucar quando conversa. Cutuca a gente na barriga. 15 minutos de trela e a barriga já tá doendo bem. De tanto cutuco. E a conversa? Nem vale a pena apanhar tanto. Papo de doido.

Uma vez fui no churrasco de uns americanos decadentes. Comecei a conversar com um octogenário. Ele falava com acentuado sotaque e num tom muito baixo, então para entende-lo tinha de me aproximar. Quando isso acontecia tinha de me afastar pois ele fedia legal. Banho jamais. Véinho nhaquento. Então fiquei ali um tempo que nem João Bobo. Pra frente, pra trás.

Tem também aqueles caras que vem te cumprimentar e pra demonstrar personalidade ou virilidade apertam a mão dicumforça. Pra mim que toco piano e tenho cotovelo de tenista é uma beleza. Tenho estendido a esquerda, quando vejo que o cara é fortão. No documentário do grande pianista Nelson Freire em determinado momento ele comenta que se tem uma coisa que não gosta de fazer nessa vida é cumprimentar. Certamente tem medo. Mãos valiosas.
Pra terminar, piadinha correlata.
O cara se queixou para o amigo de estar com muita dor no braço e o amigo aconselhou.

- Por que você não vai nestas farmácias que tem estas novas máquinas de diagnóstico? Através da urina você descobre o mal que está passando. É barato e dá resultado.

O cara aceitou a sugestão e entrou na farmácia. Fez xixi no potinho e colocou o potinho na máquina. Menos de 2 minutos, veio o resultado numa folha de papel.

VOCÊ ESTÁ SOFRENDO DE EPICONDILITE AGUDA, POPULARMENTE CONHECIDA COMO COTOVELO DE TENISTA. PROCURE UM TRAUMATOLOGISTA.

O cara achou legal, mas não acreditou muito. Resolveu passar a máquina pra trás.

Chegou em casa, botou um pouco do xixi do cachorro no potinho, logo comentou com a família o fato acontecido e pediu pra filha e pra mulher fazerem xixi ali dentro também. Não contente com isto, se masturbou pra aumentar a confusão daquilo. Ele só queria ver que resultado a máquina ia inventar.

No dia seguinte entrou na farmácia e colocou o potinho dentro da máquina. Se passaram 2 minutos e a máquina apresentou o seguinte laudo:

SEU CACHORRO ESTÁ COM VERMES. PROCURE UM VETERINÁRIO.

SUA FILHA ESTÁ CHEIRANDO COCAÍNA. PROCURE UM CENTRO DE APOIO.

SUA MULHER ESTÁ GRÁVIDA E O FILHO NÃO É SEU. PROCURE UM ADVOGADO.

E VÊ SE PARA UM POUCO DE BATER PUNHETA QUE É ISSO QUE DÁ COTOVELO DE TENISTA.


Fc-outubro-15- pOA


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