terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

DESTA VEZ DECAPITANDO



Quando terminou 2016 eu desejei feliz ano velho aqui nestas páginas, pensando que 2016 não nos deixaria tão cedo e confesso que achei este ano muito doloroso, mas também muito valoroso. Aprendemos bastante neste tortuoso caminho ou pelo menos foi uma boa chance pra aprendermos alguma coisa, quem sabe darmos uma amadurecida.

Agora, o que a gente tá vendo é que este 17 que se apresenta parece que vai nos fazer ter saudades do 16.

Então já me vem de novo aquele célebre diálogo do Millôr.


- O Brasil está melhor!
- Melhor como?!
- Melhor que no ano que vem.

O país polarizado, a gente se espancando, se ofendendo, se odiando, todos a bordo de uma mesma nave que em velocidade imutável, inexoravelmente vai pelo espaço em direção a um gigantesco muro.

Não dá pra acreditar que de uma hora pra outra tenha ficado tão clara a nossa idiotia, a nossa preguiça, nossa inoperância.

Estávamos nos achando. Pensávamos que tínhamos evoluído como nação.

Que nada.

Nem imaginávamos que este era um país bomba relógio. Uma faísca jogada na gasolina. Um edifício construído em alicerces de isopor.

Tão falando em Lula pra 18. Como? Vai fazer aliança com quem? E pra que? Nossa decadência moral é tão gigante que não tem sentido nenhum. Não temos ferramental humano pra construir nada que preste nesse momento. E mesmo que Lula pegue, vai ser amparado por qual justiça? Aqueles juízes melequentos e comprometidos que toda hora vem pra TV assegurar que as instituições estão firmes e fortes?

E tem mais. Os coxas não deixam isso acontecer. Foram autorizados pelos homens da lei a dizerem quem joga e quem não joga neste campinho.

Melhor deixar rolar. Deixar um ordinário destes da direita pegar o poder e exterminar o que ainda sobra do país.

Depois da convulsão, se ficar algo de pé, a gente reconstrói. E desta vez com cuidado. Desta vez varrendo de uma vez por todas aqueles que sempre e sempre repetiram a mesma molecagem. Desta vez decapitando.

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