quinta-feira, 5 de setembro de 2019

ULTIMATO NA ORLA

Fomos apresentados ao casal numa noite quente, ali na praia de Copa e sentamos num quiosque e pedimos chopes e cervejas e logo passamos a falar sobre o estado em que está a situação ou a situação em que está o estado e comentei que, infelizmente, os sindicatos estão paralisados e o cara começou a dar uma explicação sobre isto, sobre as origens dos sindicatos brasileiros e dissertou muito bem, e por isto ficamos animados, pois o cara sabia tudo de sindicato e alguém comentou sobre a era Getúlio e o cara enveredou sobre o estado novo e com voz monocórdica foi narrando os inúmeros fatos importantes da época, o cara sabia tudo sobre o Palácio do Catete, cacete, e para mudar o foco um pouco, falei que tinha lido uma matéria sobre o pianista que tocava no palácio e o cara engatou uma primeira no assunto piano, pianistas, órgão, organistas, harpas, cellos, oboés e o caralho e uma hora e meia e doze exatos chopes depois, me agarrei com desespero a uma pausa, me inclinei sobre a mesa em direção ao sujeito e mandei.


- Véio. Olha só. Prestatenção. Vou te dar três assuntos:
Primeiro. A pata choca do Tocantins.
Segundo. Invasões bárbaras na cidade de Bagé no século dezoito.
Terceiro. Pigmeus esquimós que migraram para o Saara com o interesse de comer o cu de camelos distraídos.
Fiquei olhando pro homem que adquiriu expressão assustada. Dei um golão no chope e arrematei entre mini arrotos.

- Tu tem cinco minutos pra tagarelar sobre cada assunto. Depois disso é nóis, véio. Nóis é qui qué falá nossos assunto bagacera.

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