quinta-feira, 5 de novembro de 2015

CONSULTAS MÉDICAS E MULHERES BRABAS

Já faz tempo, andava me gripando muito e resolvi marcar uma consulta com um homeopata que diziam ser fera. Entrei no consultório, ele pediu pra eu tirar os sapatos e deitar numa maca. Então começou a me examinar e foi fazendo algumas perguntas. Num momento dado ele quis saber se eu sentia um calor esquisito nos pés. Respondi-lhe que não. 

Ele seguiu com a consulta e logo repetiu a indagação ao que respondi. 

- Não, Dr. Me sinto muito bem com meus pés. 

Ele pareceu contrafeito, mas seguiu com o exame e fez 3 ou 4 perguntas seguidas e rápidas e logo veio com a carga novamente.

- E nos pés? Não sente um tipo de calor?  

Tentando me pegar distraído, hein? Não consegui conter o riso e continuei negando. Negaria até a morte, afinal de contas nunca senti calor algum nos pés. 

Depois de terminado o exame ele estava me prescrevendo as medicações e me explicando algumas coisas tipo:

- ... os resfriados constantes provém de um excesso de água, e isso é o que faz você sentir este calor nos pés que é o sintoma...

Caraca. Fiquei olhando pra ele. Comecei a sentir um calor nos pés, mas devia ser uma vontade de sapecar um chute na bunda do cara. Me receitou uma penca de remédios caros pra caramba, com umas dosagens complicadíssimas, e a metade não encontrei nas farmácias e  acho que até mandei fazer e nunca  busquei. Mas quer saber? Não tenho nem nunca tive calor nos pés. 

Um tempo depois fui numa iridologista. Sabe o que é, né? Pela íris o médico descobre todas as perebas que a gente tem. Entrei no consultório, ela mandou sentar. Se aproximou e ficou assim, de pertinho, olho no olho. De repente falou.

- O senhor bebe?
- Bebo sim.
- Hmpf.
- Você sabe isso só olhando a íris?
- Não. É pelo bafo mesmo. 

Coisa parecida com o anterior. Consulta barata pra alegrar a gente, no entanto os remédios homeopáticos uma fortuna. Ah. Outra coisa.  Só manipulavam na farmácia que pertencia a ela. Não fiz, é claro.

No Rio de Janeiro fui num peruano, especialista energético. Deitei na maca e o cara começou a botar umas fichas de pedra em cima do meu corpo. Na testa, no pescoço, no peito. Nos chakras, certamente. Se retirou do recinto, que se não me engano tinha música Zen e incenso. Daqui a pouco voltou e começou a tirar as fichas. Sentenciou com um  sotaque castija:

- Você está com a próstata inflamada. 
- Não. 
- Não? 
- Acabei de fazer exames da próstata. Minha próstata tá a milhão.

O cara embrabeceu. Pode?

Estas consultas todas foram inventadas pelas mulheres. Sempre obedeci às mulheres. Então elas inventavam que eu devia ir e eu ia. Sempre fui ameba. 

Aqui no prédio tenho um vizinho que tem uma mulher bonita que grita ensandecida com ele. Enche o magrão de desaforos. Fico com a maior inveja. Faz tempo que não tenho mulher que grita comigo. 

Pra terminar, aqui vai mais uma experiência. Esta não aconteceu comigo. Acho. 

O cara sentou na frente do gastro e começou a se queixar.

- Doutor, pela manhã náusea ao escovar os dentes. Uma dor aqui do lado direito sempre incomodando. E diarreia também. Dia sim, dia não.

O doutor ouviu aquilo tudo e perguntou.

- O senhor bebe?

O rosto do paciente se iluminou com um sorriso.

- Aceito.


 



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