Assim como eu, aqueles guris agora são homens que estão se aproximando dos 60. Foram todos meus colegas no Colégio Estadual Júlio de Castilhos.
Lembro que tínhamos orgulho do Julinho. Estufávamos o peito quando dizíamos que estudávamos nele e acredito que esta jornada escolar foi algo muito marcante em nossas vidas.
Às vezes passo pela frente daquele prédio tão imponente e me dá um traço de tristeza de pensar que a qualidade do ensino por ali tenha chegado a um ponto tão degradado. São as notícias atuais que tenho a respeito do Júlio e parece que são verdadeiras. É importante saber que o Julinho bem antes do golpe de 64 era chamado de colégio padrão.
Mas voltando aos guris:
O quê que estes guris têm de mais?
Pois então.
São amigos até hoje. São amigos há mais de 40 anos? Estava calculando isto agorinha mesmo. Não é lindo?
Comecei a pensar sobre isto porque numa noite destas, no Facebook chegou uma mensagem do Ronald. Os guris estavam reunidos na casa de um deles e o assunto chegou até minha pessoa e eles queriam saber algo a respeito de onde eu morava naquelas priscas eras.
Junto a isso, Ronald, carinhosamente, mandou a foto de uma foto que não consigo parar de olhar e ficar emocionado.
Estamos ali na chapa em preto e branco, os julianinhos Rodolfo, Paulo Cabreira, Cláudio, Vinícius e eu. Haveria um sexto elemento, certamente, que flagrou o instantâneo, que não lembro quem possa ser, mas quem sabe descubro, hora destas.
Era um trabalho em grupo para o colégio. Teríamos de visitar uma rua com nome de escritor e bater fotos com a placa ao fundo. Pra nosso grupo caiu Monteiro Lobato e isto, pra mim, foi uma grande sorte, pois já tinha bastante intimidade com os livros dele. Além disso, esta rua ficava bastante perto de minha casa.
Tenho vagas lembranças daquela tarde iluminada, ensolarada. Lembro também da sensação de cumprir a tarefa com imenso prazer, afinal de contas, quando nos reuníamos era sempre uma grande farra. Aquilo teve gosto de aventura, sair por aí com uma câmera na mão e bater fotos como os adultos faziam.
Agora, fico olhando pra esta foto e já me palpita o Gonzaguinha cantando “Eu fico com a pureza da resposta das crianças, é a vida, é bonita e é bonita”.
E é bem isto aí. Estamos ali fazendo pose, radiantes com nossa total pureza, com as almas vibrando com nossas modestas, mas também gigantescas, descobertas.
Na rua Monteiro Lobato, a rua da foto, que já falei que é aqui perto de casa, tem uma agência dos correios e por isto, às vezes tenho de passar por lá. Pouca coisa mudou na Monteiro. Então ainda dá pra sentir uns flashes daquela tarde. Dá pra respirar aqueles ares.
Depois de idas e vindas por este mundo velho sem porteira to aí de volta. Na casa da minha infância. Agora tenho a chance de encontrar moedas antigas, tão raras...tão bonitas. Quem sabe seja boa ideia poli-las.
pOa - junho - 16
Lembro que tínhamos orgulho do Julinho. Estufávamos o peito quando dizíamos que estudávamos nele e acredito que esta jornada escolar foi algo muito marcante em nossas vidas.
Às vezes passo pela frente daquele prédio tão imponente e me dá um traço de tristeza de pensar que a qualidade do ensino por ali tenha chegado a um ponto tão degradado. São as notícias atuais que tenho a respeito do Júlio e parece que são verdadeiras. É importante saber que o Julinho bem antes do golpe de 64 era chamado de colégio padrão.
Mas voltando aos guris:
O quê que estes guris têm de mais?
Pois então.
São amigos até hoje. São amigos há mais de 40 anos? Estava calculando isto agorinha mesmo. Não é lindo?
Comecei a pensar sobre isto porque numa noite destas, no Facebook chegou uma mensagem do Ronald. Os guris estavam reunidos na casa de um deles e o assunto chegou até minha pessoa e eles queriam saber algo a respeito de onde eu morava naquelas priscas eras.
Junto a isso, Ronald, carinhosamente, mandou a foto de uma foto que não consigo parar de olhar e ficar emocionado.
Estamos ali na chapa em preto e branco, os julianinhos Rodolfo, Paulo Cabreira, Cláudio, Vinícius e eu. Haveria um sexto elemento, certamente, que flagrou o instantâneo, que não lembro quem possa ser, mas quem sabe descubro, hora destas.
Era um trabalho em grupo para o colégio. Teríamos de visitar uma rua com nome de escritor e bater fotos com a placa ao fundo. Pra nosso grupo caiu Monteiro Lobato e isto, pra mim, foi uma grande sorte, pois já tinha bastante intimidade com os livros dele. Além disso, esta rua ficava bastante perto de minha casa.
Tenho vagas lembranças daquela tarde iluminada, ensolarada. Lembro também da sensação de cumprir a tarefa com imenso prazer, afinal de contas, quando nos reuníamos era sempre uma grande farra. Aquilo teve gosto de aventura, sair por aí com uma câmera na mão e bater fotos como os adultos faziam.
Agora, fico olhando pra esta foto e já me palpita o Gonzaguinha cantando “Eu fico com a pureza da resposta das crianças, é a vida, é bonita e é bonita”.
E é bem isto aí. Estamos ali fazendo pose, radiantes com nossa total pureza, com as almas vibrando com nossas modestas, mas também gigantescas, descobertas.
Na rua Monteiro Lobato, a rua da foto, que já falei que é aqui perto de casa, tem uma agência dos correios e por isto, às vezes tenho de passar por lá. Pouca coisa mudou na Monteiro. Então ainda dá pra sentir uns flashes daquela tarde. Dá pra respirar aqueles ares.
Depois de idas e vindas por este mundo velho sem porteira to aí de volta. Na casa da minha infância. Agora tenho a chance de encontrar moedas antigas, tão raras...tão bonitas. Quem sabe seja boa ideia poli-las.
pOa - junho - 16
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