domingo, 18 de dezembro de 2016

NADA PRA FAZER – FALANDO DE FRUTAS

O mamão, pra mim, é a fruta número um. Você coloca na boca e já sente que ele faz bem, sente que tá limpando. Não é à toa que é uma das primeiras frutas que se dá pro nenê e daí existe um outro lado engraçado também. Quem limpou muita bunda de criança até relaciona. Minha ex dizia que o mamão é o cocô em forma de fruta.

Quando vivi na Espanha me deliciava com os melões. Cada melão era uma surpresa diferente. Tinham variados gostos que lembravam até outras frutas. O melão, assim como a melancia, é divino. Só tem um porém. Às vezes causam uns gases que te atacam nas costas e até a língua fica dura. Dói pra caramba e parece que vai rolar um infarto.

Sobre a manga já falei. É comendo uma manga na pia que a gente sente a presença do Senhor. É muito êxtase. O grilo da manga é que caga a roupa toda e mancha. Jô Soares diz que manga, a gente deve comer no banho.

A laranja é a rainha das frutas. Quando ela tá boa, dá um prazer imenso e o suco é disparado o melhor de todos. Só que dá muita mão de obra pra fazer. Quem prepara suco de laranja pra outra pessoa e não cobra por isto, é porque ama muito este ente.

As bergamotas e afins são parente pobres da laranja, mas são populares pra caramba. Mexem com nossa nostalgia, nos mandam ser criança de novo. Meu pai só comia se descascassem pra ele. Não queria ficar com o cheiro delas nas mãos. A casca da berga é super perfumada. Meu pai me ensinou a espremer a casca perto da cara dos outros. O efeito é parecido ao do gás lacrimogêneo. Me ensinou também a espremer em direção à chama de um fósforo. Rola uns mini fogos de artifício.

O limão é outro primo pobre. Limão é mal-humorado e só os mais doidões comem ou bebem o suco pra curar doenças alérgicas. É remédio milagroso, dizem. Eu derramo suco na Coca e às vezes fica uma das maravilhas do mundo. Houve um tempo em que eu comia a casca do limão siciliano.

O abacaxi tem aquela carapaça que parece coisa da pré-história. Você bota ele no saco do super, sai caminhando e ele vai fincando nas canelas até você pegar tétano. É chato pra descascar. Quando tá no ponto é uma loucura, mas muitas vezes tá ácido, você come com muita careta e depois nascem umas aftas maiores que a língua. Lembro que teve uma dieta da moda chamada dieta do abacaxi. Coitadas das pessoas que embarcaram nessa.

A banana, a fruta mais popular de todas, não posso comer. Se comer, morro. E nhaca de pobre é comer uma banana esmagada com canela. Nhaca maior que essa, só pão com manteiga e açúcar por cima. A primeira piada que ouvi,foi minha mãe que contou, e o assunto era a banana.

Um cara repara que o amigo está amarelo, parece mareado e lhe pergunta o que aconteceu.
- Putz. Comi muita banana e tô passando muito mal.
- Por que não coloca o dedo na garganta e vomita?
- Se tivesse lugar pro dedo eu comia mais uma banana.

A maçã. Comer maçã é algo como ir na missa. Poucas emoções. Se está seca, então é uma bosta, mas é boa pra criança e pra quem tá mal da barriga. Dizem os ingleses que: Uma maçã por dia e não verás a cara do médico.

A uva é dos deuses, não é? A que eu mais gosto, infelizmente, é a Dedo de Dama. Caríssima. Então, toda vez que vou no super, roubo 4 ou 5 grãos, com todo cuidado pra não ser pego. Já comi um parreiral inteiro às custas do Zaffari.

O morango mexe mais com o imaginário do que é gostoso. Se mistura muito bem com natas, cremes e sorvetes pra deixar a gente bem gordão, mas sozinho geralmente não tem muito gosto. Tenho uma vaga lembrança de ter comido quando criança uns morangos diferentes, menores, meio desmanchados que eram muito doces. Assim como o maracujá. Lembro de ter provado um maracujá que era um néctar, muito diferente destes que só servem pra fazer suco.

Pêssegos, ameixas e parentes. Sei lá o que aconteceu. Na minha infância eu era fã. Não sei ao certo, mas tenho a impressão de que carregam mais veneno do que as outras frutas. Desconfio.

O caqui, que aqui no sul chamamos cáqui, é uma loucura. Um amigo relaciona esta fruta com o órgão sexual feminino. Eu não gosto de misturar comidas com comidas, mas sempre que como um caqui, lembro desta parada. O contrário nunca aconteceu, até hoje pelo menos. Putz. Será que vou ficar sugestionado? Talvez alguém que leia isto fique  marcado para todo o sempre. Agora já era. Já falei.

O Kiwi foi uma brincadeirinha do Senhor. Uma surpresinha. O Kinder Ovo da natureza. Quando é que você vai imaginar que aquela batata por fora pode ser aquela polpa de um verde fantástico por dentro?

O coco é outra criação pirada da natureza. No Rio de Janeiro deve estar caro pra caramba tomar uma água de coco no calçadão. Você compra, torce pra que tenha bastante, torce para que esteja doce e torce pra que esteja gelada. Se não rola, você tá mais pobre e ainda com sede. No Rio descobri que quem gosta mais de coco é cachorro. Eles ficam bem loucos. Comem toda a polpa.

Jaca? Só vi e fiquei com nojo. Fedorenta e gigantesca. Não me atrevi a provar.

Lichia. Uma das portas ao paraíso.

Atemoia. Impressionante. Pode estar com aspecto melhor ou pior, tem sempre o mesmo gosto formidável. Difícil encontrar uma atemoia ruim.

Pra finalizar, uma salva de palmas pro tomate que é um companheiro desde sempre. Estes pequenos que estão cada vez mais nas prateleiras têm um jeito ainda mais frutuoso. Além de tudo, dizem que o tomate faz muito bem pra próstata. Dizem também que faz mal pro rim. Quer saber? Dane-se o rim.


Nenhum comentário:

Postar um comentário