quarta-feira, 25 de março de 2020

23/março/2020

Hoje é segunda feira e parece que talvez isto não faça tanta importância, se é segunda ou quinta ou sábado. Estamos enclausurados e temos medo. Além do medo, nossas consciências não estão serenas pois lá fora tem gente que não queria estar lá fora, mas precisa estar. Ao mesmo tempo, surpreendentemente, tem gente lá fora desdenhando dos riscos ou não se importando com os riscos que podem criar para outras pessoas. Cada vez mais me encho de certeza de que uma parte do povo brasileiro está doente e o flagelo que nos assola é a peste sobre outra peste. A esperança é de que se anulem. Seria divino.


Estava agora papeando com uma amiga sobre a peste. Falávamos sobre o traste (deixei de usar o termo “besta”) e sobre os contaminados do desgoverno. Minha amiga não tá muito ligada no nome dos atores que compõem a despolítica e quando perguntei a ela se tinha sabido sobre o Alcolumbre, ela se animou, pois pensou que haviam inventado um novo tipo de álcool gel pra satisfazer a demanda.

Hoje repostei um velho texto sobre fantásticos episódios de meus três filhos quando crianças. Logo vieram a Marilice Corona e a Jannice Corona e lembraram de outras passagens que conto a seguir.

Tato e a Mana estavam na sala brincando com o botão liga/desliga da TV e o controle remoto ao mesmo tempo. Maior curtição. No mesmo momento um ligava e o outro desligava. Não demorou muito pra TV estragar e perder a imagem, ficando apenas o som. A mãe colocou os dois de castigo e ouviu a seguinte conversa vinda do quarto:

TATO - Pobrezinha da mãe. Ficou sem TV.
MANA - Mas agora ela tem um radião.

Certo dia o Tato perguntou à mãe se uma pessoa podia viver duzentos anos e ela, ocupada que estava, não querendo encompridar o assunto, respondeu que sim, que o Matusalém tinha vivido quatrocentos anos.

Alguns dias depois, Tato estava brincando com um amiguinho e o assunto caiu na idade e de repente ele grita do quarto:

Mãe, como é mesmo o nome do teu amigo aquele que tinha quatrocentos anos?

Acho que é um momento em que tá todo mundo cheio de lembranças.

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