Dinheiro, respondo.
Entrego a ela uma nota de cem e o tíquete do estacionamento. Ela faz o cálculo e coloca as cédulas do troco na palma da mão. Em cima das cédulas algumas moedas. Em cima das moedas vai a nota. Em cima da nota, o tíquete do estacionamento. Me entrega o bolinho todo junto. Organizadinha ela. Coisa mais querida. Mega amo.
Bueno. Aí começam meus problemas. Se as moedas não se soltarem e saírem girando pra todos os lados já é um bom começo. Não gosto de juntar moedas no solo. É desconfortável e assim, via de regra, o custoso movimento de me abaixar me faz gemer e as pessoas sempre podem ouvir. Mas também não posso deixá-las ali, pois ainda sou um temente a Deus, e deixar de juntar moedas caídas sempre foi e sempre será pecado. Então as recolho, mesmo que sejam as azinhavradas e nojentas moedas de cinco. O brabo é que nem sempre se consegue resgatar a moeda do chão na primeira tentativa. Isto irrita dez vezes mais. Aliás, moedas me irritam sempre, mesmo quando estão em repouso sobre a mesa. Aliás, nem precisa haver moedas.
Voltando ao assunto; Se elas não caíram é porque tive a devida habilidade de inclinar o bolinho e elas deslizaram com sucesso até minha outra mão. Vencido o primeiro passo, agora é só escolher o bolso certo para guarda-las. As moedas não podem ir junto com o celular no bolso. Além de arranhar, dizem que moedas apagam dados. Deve ser lenda, mas mesmo tendo o máximo cuidado para não fazer isto, sempre acabo encontrando, inexplicavelmente, moedas junto ao celular. Caráleo. Deve ser uma atração quântica que faz eles ficarem grudados. As moedas devem pular de um bolso pra outro até conseguirem ficar pertinho do celúla. Um caso de amor. Só pode ser isto.
Então tem de escolher outro bolso. Aí tenho de puxar um pouco pela memória porque sempre tenho algum bolso furado. Se colocar as moedas nesse bolso e sentir o geladinho delas deslizando pelas canelas já imaginou como vou ficar puto? Nem pensar uma coisa destas. Mas digamos que obtive sucesso aí também, e o problema "moedas" foi superado.
Vamos ao próximo dificultoso passo. Separar o dinheiro da nota e do tíquete e coloca-lo na carteira sem fazer massaroca.
Às vezes as cédulas se negam a entrar na carteira de forma correta e organizada. Pode ficar um bolo, as pontas pra fora e a carteira desbeiçada. O que acontece nessa hora é que o tíquete e a nota entre os dedos atrapalham o trabalho que a mão tem de fazer para que se consiga um bom acondicionamento das cédulas na carteira.
Tenho muito nojo da nota, mas já precisei dela pois havia perdido o tíquete e, neste caso, é só a nota que prova que você realmente fez compras ali. Claro que a outra maneira de provar isto é pegar um carrinho, ir até o carro, abrir o capô, retirar os sacos, colocar no carrinho, levar até o guichê do estacionamento e mostrar pro cara. Eu já fiz isso. Tá rindo? Então lhe digo que é por isso que não me desfaço da nota de jeito nenhum, apesar do profundo asco que sinto por ela.
Continuando. Me conformo então com as cédulas mal introduzidas e coloco a carteira, mesmo disforme, no bolso da frente. Aprendi no Rio de Janeiro que carteira vai no bolso da frente sempre, e é por isso que o tíquete não pode ficar dentro da carteira de jeito nenhum. É Impossível tirar a carteira deformada do bolso da frente quando se está sentado ao volante. Então tenho de decidir o que faço com a nota e com o tíquete.
A nota, da qual já falei sobre minha antipatia, coloco dentro de um dos sacos de compras. De preferência no saco onde tenha carne pra ela ficar bem lambuzada e nojenta. E então, sobra a delicada e derradeira equação: O tíquete.
Me disseram que o celular pode apagar o tíquete. Deve ser outra caralha de lenda sem sentido que inventaram, mas evito isto também. O celular vai no outro bolso da frente, pelo mesmo motivo que a carteira. O que que sobra?
Juro que dia desses coloquei o danado num dos bolsos de trás e ele evaporou. Sumiu completamente. Verdade verdadeira. Foi no mesmo dia que também não achei a nota e foi aquela puta mão de obra que já se sabe. Então não coloco mais no bolso de trás. Na mão é que também não levo, pois preciso das duas pra poder conduzir bem o carrinho e se me distraio por um segundo ele some com certeza.
Então, agora tenho levado o tíquete sabe onde? Na boca. É sério. Mesmo que já tenham me alertado tantas vezes de que assim, sendo levado entre os lábios, mesmo com todo cuidado pra não babujar, há grande risco do tíquete apagar minha memória. Putz. Lenda, certamente.
fc - junho - 15 - pOa
Voltando ao assunto; Se elas não caíram é porque tive a devida habilidade de inclinar o bolinho e elas deslizaram com sucesso até minha outra mão. Vencido o primeiro passo, agora é só escolher o bolso certo para guarda-las. As moedas não podem ir junto com o celular no bolso. Além de arranhar, dizem que moedas apagam dados. Deve ser lenda, mas mesmo tendo o máximo cuidado para não fazer isto, sempre acabo encontrando, inexplicavelmente, moedas junto ao celular. Caráleo. Deve ser uma atração quântica que faz eles ficarem grudados. As moedas devem pular de um bolso pra outro até conseguirem ficar pertinho do celúla. Um caso de amor. Só pode ser isto.
Então tem de escolher outro bolso. Aí tenho de puxar um pouco pela memória porque sempre tenho algum bolso furado. Se colocar as moedas nesse bolso e sentir o geladinho delas deslizando pelas canelas já imaginou como vou ficar puto? Nem pensar uma coisa destas. Mas digamos que obtive sucesso aí também, e o problema "moedas" foi superado.
Vamos ao próximo dificultoso passo. Separar o dinheiro da nota e do tíquete e coloca-lo na carteira sem fazer massaroca.
Às vezes as cédulas se negam a entrar na carteira de forma correta e organizada. Pode ficar um bolo, as pontas pra fora e a carteira desbeiçada. O que acontece nessa hora é que o tíquete e a nota entre os dedos atrapalham o trabalho que a mão tem de fazer para que se consiga um bom acondicionamento das cédulas na carteira.
Tenho muito nojo da nota, mas já precisei dela pois havia perdido o tíquete e, neste caso, é só a nota que prova que você realmente fez compras ali. Claro que a outra maneira de provar isto é pegar um carrinho, ir até o carro, abrir o capô, retirar os sacos, colocar no carrinho, levar até o guichê do estacionamento e mostrar pro cara. Eu já fiz isso. Tá rindo? Então lhe digo que é por isso que não me desfaço da nota de jeito nenhum, apesar do profundo asco que sinto por ela.
Continuando. Me conformo então com as cédulas mal introduzidas e coloco a carteira, mesmo disforme, no bolso da frente. Aprendi no Rio de Janeiro que carteira vai no bolso da frente sempre, e é por isso que o tíquete não pode ficar dentro da carteira de jeito nenhum. É Impossível tirar a carteira deformada do bolso da frente quando se está sentado ao volante. Então tenho de decidir o que faço com a nota e com o tíquete.
A nota, da qual já falei sobre minha antipatia, coloco dentro de um dos sacos de compras. De preferência no saco onde tenha carne pra ela ficar bem lambuzada e nojenta. E então, sobra a delicada e derradeira equação: O tíquete.
Me disseram que o celular pode apagar o tíquete. Deve ser outra caralha de lenda sem sentido que inventaram, mas evito isto também. O celular vai no outro bolso da frente, pelo mesmo motivo que a carteira. O que que sobra?
Juro que dia desses coloquei o danado num dos bolsos de trás e ele evaporou. Sumiu completamente. Verdade verdadeira. Foi no mesmo dia que também não achei a nota e foi aquela puta mão de obra que já se sabe. Então não coloco mais no bolso de trás. Na mão é que também não levo, pois preciso das duas pra poder conduzir bem o carrinho e se me distraio por um segundo ele some com certeza.
Então, agora tenho levado o tíquete sabe onde? Na boca. É sério. Mesmo que já tenham me alertado tantas vezes de que assim, sendo levado entre os lábios, mesmo com todo cuidado pra não babujar, há grande risco do tíquete apagar minha memória. Putz. Lenda, certamente.
fc - junho - 15 - pOa
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