domingo, 7 de junho de 2015

O SAL DA TERRA DO SALGADO



Algumas pessoas vieram ao mundo com a possibilidade plena de viver em busca do prazer, como é natural acontecer com boa parte da humanidade, mas ao invés disso, resolveram arder nos fogos do inferno que existem por aqui. Sim, porque apesar de nossa racionalidade e o largo tempo que já habitamos o planeta, ainda permitimos que existam infernos de todo tipo.

O fotógrafo Sebastião Salgado é uma destas pessoas. Filho de um fazendeiro mineiro de boas posses, se formou economista mas resolveu fotografar. E acabou escolhendo fazer isto no olho do furacão de várias partes do mundo. Estas empreitadas duraram anos. Longe da família, longe de qualquer conforto.

Fotografou os esquecidos, os excluídos, os expulsos e degredados, as vítimas de guerra. Os resultados fotográficos são chocantes e se tornaram então um material jornalístico duro e precioso, que revela ao mundo como este mesmo mundo comete a infâmia de ser tão
 cruel na sua cegueira, na sua surdez. No seu descaso. Com as imagens captadas por Salgado, ficamos todos frente à frente com nossa inexplicável e incurável falta de solidariedade.
Se pode ver no olhar deste homem o imenso fardo que certamente deve carregar por ter sido testemunha de tantas tragédias. Apesar disto, Salgado, que não aparenta seus 71 anos, tem a voz de um jovem de 30 e isto é também surpreendente.

O documentário chamado "Sal da Terra", de Wim Wenders e Juliano Salgado, filho do fotógrafo é uma pedrada. Minha ignorância e eu sugerimos. Nos faz refletir e, cada vez mais, acho que refletir é preciso.


FC - junho - 15 - pOa

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