sábado, 6 de fevereiro de 2016

"NICO - A GRANDE ATRAÇÃO".

Foto de Gerson Oliveira
Cheguei contando que Pezao Papas tinha me convidado pra um show que seria uma homenagem ao Mago Nicolaiewsky, o maestro Pletskaya, um show que teria atores, que teria figurino bacana, maquiagem maluca, teria humor, cenário, bons músicos e teria até a Fernanda Takai. Em casa me disseram que sim, que era muito legal, mas era pra eu participar e ficar quieto, não incomodar. O que passa é que sou chato, meto o bedelho em tudo e todo mundo sabe disso. Sou um músico problema. Respondi que não incomodaria, que ficaria na minha. Apenas pediria à Fernanda que me colocasse no Pato Fu. Depois, durante os ensaios, contei isto a ela, que deu boas risadas. Fernanda, além de talentosa, é uma pessoa muito simples e doce. E bela também.


Ensaiamos bastante. Seriam 5 noites no São Pedro e isso requereria extenso trabalho pois foi no São Pedro que aos 6 anos de idade me apresentei pela primeira vez. Tocando marimba na bandinha da escola Ildefonso Gomes. Tenho uma foto do Correio do Povo pra provar. Seria muita responsabilidade voltar àquele palco. Então ensaiamos muito.

Brincadeiras à parte, esta gig foi uma experiência fantástica. Poucas vezes tive contato com Nico e minha ignorância sobre suas composições era total. Nico deixou canções maravilhosas, com letras belíssimas, e como disse Levitan, muitas delas teatralizáveis.

Foi também algo diferente, pois nos últimos anos eu andava tocando de forma mais livre, dentro de uma linguagem cada vez mais solta, e este espetáculo exigia uma certa obrigatoriedade e exatidão, então necessitei de alguns dias pra trocar a casca. Pezão, na direção musical, sabia exatamente que tipo de sonoridade queria ouvir e desta forma nos dirigiu com tranquilidade até o formato final.

Foi uma experiência rica, pois tivemos de fazer algumas marcações teatrais. Me senti muito bem sendo personagem. Um maestro mal humorado. Acabei fazendo o papel de mim mesmo. É bom que se diga que não sou maestro, embora alguns colegas brinquem com isso.

Tive a oportunidade de conhecer Bruno Mad, Diego Silveira , Nina Nicolaiewsky e Pedro Verissimo e também pude estreitar laços com Luciano Albo e Claudio Levitan, todos talentosíssimos e muy buena onda. A também bela atriz Márcia Do Canto nos orientou muito bem nas cenas e nos tirou o medo de fazermos papelão. No final apoteótico ainda teve Kraunus Sang, o personagem carismático de Hique Gomez II que é um artista gigantesco e o formidável Arthur de Faria.

Importante ressaltar a beleza do cenário de Carina Levitan, a luz mágica deOz Perrenoud e o som brilhante da troupe chefiada por Paulo Petzold.

Figurino doido a cargo de Antônio Rabadan. Maquiagem divertida de Regis da Barber. E Marilourdes Franarin na retaguarda foi supimpa.

Carácoles. Acho que esgotei meu repertório de adjetivos, mas não poderia ser de outra forma.

Acho que foi inesquecível para todos nós.

Obrigado ao Pé por ter me buscado.

Acho também que não enchi. Me comportei bem. Será que foi?


janeiro - 2016 - pOa

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