segunda-feira, 21 de novembro de 2016

QUEM É QUE NÃO TEM UMA VONTADEZINHA DE CHORAR NA FRENTE DO COMPUTADOR?


Um amigo de minha mãe ligou pra ela querendo saber se ela ainda estava pelo planeta. Minha mãe tem 83, ele 92, e apesar da idade avançada, o cara é muito ativo. É viúvo, mora no Rio de Janeiro, é bom arquiteto e ainda trabalha.

Num determinado momento da conversa, confessou não chegar nem perto de computador. Tem nojo. Chama o computador de Capeta.

Celular também nunca teve, e caixa eletrônico, contou que dia destes, notando que o banco estava vazio, resolveu experimentar.

Terminou a história assim;

- Olha, Magali, comecei a mexer ali e quando vi, não sei como, os caras tinham me dado um empréstimo de 30 mil. Fiz um fiasco, ansioso atrás de atendentes e gerentes pra desfazer o imbróglio. Uma baita incomodação.

Já faz muito tempo, minha sogra deu um computador de presente pra minha mulher. Decidimos que a máquina ficaria na sala e eu, desconfiado como um cachorro de rua, levei uns 3 dias pra me decidir a mexer naquilo. Ficava só na volta, assistindo a minha mulher, com o tal de mouse na mão, tecendo todo tipo de elogios praquele trambolho.

Numa tarde em que não havia ninguém em casa, resolvi me aproximar e sentei pra furungar um pouco naquele mundo completamente inóspito. Depois de meia hora de clicks e desclicks a esmo, desliguei o PC, saí pela casa com as mãos nas costas e sentenciei taxativamente: Este troço não serve pra nada.

Por estes dias, a página do Hotmail, ou Outlook teve alterações. Carácoles. Por que estes caras tem de estar sempre mudando as paradas com as quais a gente cria intimidade? Pra melhorar,  dizem eles. Tá certo. To me acostumando, embora muitas vezes, ache que eles complicam um pouco as coisas e assim as pioram. Até estes cabeções da informática erram. Já cheguei a esta conclusão, mais de uma vez.

Agora me diga. Quem é que não tem, de vez em quando, uma vontadezinha de chorar em frente ao computador? Por não saber os caminhos corretos pra se chegar até os fins? É preciso dispender um certo tempo pra estudar e descobrir todos os meandros, (ou pelo menos parte deles), que existem no universo gigantesco deste eletrodoméstico. Mas temos preguiça disto. A própria tecnologia nos torna ainda mais preguiçosos pra fazer este tipo de coisa. Estudar a máquina para dela tirar melhore proveito. Sempre queremos uma resposta rápida e precisa e quando ela não vem óh... vontadezinha de chorar. Às vezes, a resposta está na tela, na nossa cara, mas como estamos putos, não conseguimos enxergá-la. Não é?

Tem uma frase do Nietzsche (esse nome tenho de copiar letra por letra) que fala sobre este assunto; "Sempre que numa inovação nos mostram algo de antigo, ficamos sossegados."

Nenhum comentário:

Postar um comentário