quarta-feira, 22 de julho de 2020

MARILU, VLADIMIR E O VIRTUAL

- Marilu. Tá aí?
- Tô.
- Liga a cam?
- Pra?
- Liga?
- To trabalhando ainda. Mas tudo bem.
- Oi.
- Oi, Vla. Táz com a cara boa. Táz bonito.
- Toz?
- Táz. Mas diga.
- Vamos fazer?
- Fazer o que, Vladimir?
- Um virtual. Vamos?
- De novo, Vla!? Mas fizemos hoje de tarde!
- Ah...vamos? Tesão bárbaro.
- É?
- É sim. Tesão estratosférico.
- Tanto assim?
- Tesão estetoscópico
- Táz alucinando na pandemia.
- Vamos, Marilu?
- Escuta, Vla. O que é isso aí atrás?
- O que?
- Aí atrás de ti. Isso é uma montanha de papel higiênico?
- hum...é.
- Que nojo, Vladimir.
- Rinite bárbara, Marilu.
- Bronhite bárbara, Vladimir. Isto sim.
- Ah...vamos...tô muito afins.
- Não posso, Vla. Tenho trabalho pra fazer.
- Marilu?
- Que?
- Não tô nada bem.
- O quê que tu tens, Vladimir?
- Não sei.
- Como não sabe?
- Não sei ué.
- Vladimir. Quando a gente não tá bem, só pode ser duas coisas!
- É?
- É. Ou é gripe ou é caganeira.
- Hum.
- Táz com gripe?
- Não.
- Caganeira.
- Nem.
- Então taz ótimo.
- Talvez seja um mal da alma, Lulu.
- Não amola, Vladimir! Já conheço essa conversa. Tenho de trabalhar.
- Tá bom.
- Vla.
- Que?
- Quando souber o que tu tem, tu me chama?
- Chamo. Que remédio, né?
- Vla.
- Que?
- Te amo, viu?
- Idem.
- Vai à merda, Vladimir.
- Tá.

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