Foi a Nice, mãe do Cid Sousa, mais popularmente conhecido por Cidinho, que me ensinou a fazer um correlato da ambrosia.
Uma fórmula mais simples.
Você coloca dois litros de leite de verdade numa panela e taca fogo. Pode botar o açúcar junto. Umas duas ou três xícaras.
Enquanto ferve o troço, abre seis ou sete ovos e dá uma batidinha pra misturar a gosma amarela com a outra gosma.
No momento que o leite ferve, joga ozovo dentro e ora um pouco.
Hoje a
Laura Corona
pediu que eu fizesse pra ela. Então, à tarde, coloquei o leite pra ferver, mas o fogão da mami é a labareda do diabo e não passou mais de sete minutos e a caralha ferveu duma maneira que foi parar leite no muro do vizinho.
Depois de putear e reputear o fogão e dar uma geral na meleca, reiniciei a atividade.
No momento em que ferveu de novo, joguei os ovos e, novamente orando com fervor, mexi de forma entusiasmada a mistura tendo às vezes de desligar aquele fogo tão rebelde, até o momento em que o processo deu uma assentada e fiquei ali por perto só dando uma bispada.
De vez em quando uma mexidinha.
Repentinamente o troço fumega diferente e sinto com a colher que se cria kriptonita incandescente no chão da panela e, sofregamente, raspo com a colher e dai vão subindo os queimadinhos assustadores e como se não bastasse, a caralha começa a borbulhar, a espocar, e fragmentos de lava são lançados em minha direção e não tenho dúvidas de que o doce está me atacando e acabo fugindo da cozinha, correndo, gritando pela casa chamando a mãe pra ela dar um jeito naquele doce que ficou completamente fora de controle.
Até que ficou bom. Um leve gosto de queimado.
É um tipo de doce de leite. Quando acerta o ponto, fica uma delícia. Mas pra isso a chama tem de ser parceira.
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