segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

ABDUZ NO FESTERÊ

- Fala, Abduz!! Que bom te encontrar aqui. Não sabia que você vinha!
- ...
- Tá irada essa festa. Tá todo mundo aí!! E cheio de mulé bonita.
- ...
- Que qui foi, Abduz? Tás esquisito.
- Pera só um pouco, bro. Tô comunicando.
- Comunicando?
- É. Comunicando com Kolbat.
- O que? Telepatia?
- Yap.
- Caracas. Que legal.
- ...
- ...
- Humhum.
- Que foi, Abduz?
- Tem uma festa.
- Que?
- Uma festa concomitante.
- Con co o que?
- Uma festa rolando em Kolbat. Ao mesmo tempo que esta festa daqui.
- Caramba. E você tá nas duas, Abduz?
- Yap.
- Ah, moleque telepata, seu! Isso sim é que é vidão.
- Tô até dançando lá.
- Ah. Fala sério!!
- Tô sim. A música de Kolbat é dodecafônica, bro.
- Tás dançando sozinho?
- Não. Dançando com Ínix.
- Tua namorada pescoçuda?
- Yap.
- Que massa. Sempre quis dançar uma música dodecafona com uma pescoçuda gostosa dessas daí.
- ...
- ...
- Ahaiaaaaiii...
- Que foi, Abduz? Tás passando bem?
- Sim. Tudo bem.
- E esse gemidão?
– É que agora estamos transando.
- Sério??!! Transando assim, a fu?
- Yap. A fu.
- Carácoles, Abduz. Então vou te deixar tranquilo com tua trepada telepata intergalática.
- Fica aí, bro. Podemos conversar enquanto transo. Possuo onipresença tangencial.
- O que é isso, rapaz? Tô fora.
- Por?
- Muito arriscado. Vai que no calor da hora respinga algum fluído planetário qualquer e sobra pra mim.
- Tranqui, bro.
- Pode voar uma gosma galáctica, me acertar o olho bem na pálpebra e daí me dá um glaucoma bem no meio do tersol.
- Sereno, bro. Sou um cara controlado.
- Ninanina, Abduz. Fica aí com tua pescoçuda bafenta enquanto vou procurar um balde de Aperol pra me chapar.
- Sereno, bro.
- Quando terminar, me avisa. Tô na área.
- Yap.
- E vê se lava bem as mãos depois da função.
- Sereno.
- Olha lá, hein?

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