segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

VIAS DE FATO

O avião da Gol decolou e umas senhoras começaram a reclamar que um tipo lá tava sem máscara.

Chamaram aeromoça e veio piloto e resulta que o cara era um minion destes que o cérebro tá em curto e o cara disse que ninguém ia fazer com que usasse máscara.

O piloto deu meia volta, baixou no aero de origem e chamou a poliça que logo entrou na aeronave pra saber qual o babado.

O minion, com os relé do cerebelo faiscando, meteu a mão com a poliça e acabou sendo preso por desacato.

O médico Juscelino Santos, que era passageiro no voo, relatou como ocorreu todo o caso:

"Com 30 minutos de voo, começou todo o mal estar. Alguns passageiros, principalmente umas senhoras idosas pediram pra ele colocar a máscara, e ele disse que não ia colocar, que era besteira, e que não tinha prova de que aquilo servia pra alguma coisa. As senhoras ficaram indignadas, uma até teve um pico hipertensivo. Um dos rapazes foi lá discutiu, e eles foram às vias de fato. Depois um outro senhor também foi às vias de fato com ele".

Pode isso?

Daí fiquei pensando nesta expressão que o médico usou duas vezes.
"IR ÀS VIAS DE FATO".

Fiz uma breve pesquisa e descobri que no século XVII, na Polônia do Norte, região de gente braba pra caralho, o FATO era um tradicional utensílio de defesa que os aldeões portavam sempre consigo.

O FATO consistia num pedaço de saibro pesado de quarenta a cinquenta centímetros com pregos enferrujados na ponta. Os nobres levavam seus fatos dentro de ricas bainhas cravejadas. 

Já os plebeus carregavam os fatos sem estojo e isto fazia os pregos roçarem nas coxas e o tétano pegava legal fazendo com que a metade da população sempre morresse dumas febres esverdeadas com desinterias fétidas que o povoado todo reclamava muito.

Muitas vezes havia desentendimentos na viela e os homens recorriam ao fato. Qualquer ofensa os caras pegavam o fato.

O problema é que, muitas vezes, devido às arestas e pontas, ficava muito difícil para o nobre sacar com presteza o fato da bainha e isso propiciava ao adversário, possuidor do fato sem bainha, a vantagem de sentar o fato sem piedade no moscão, ou brindar-lhe com uma chuvarada de socos na cabeça.

A qualidade do fato era medida pela quantidade de pedaços de pessoa que voavam a cada golpe e também pela distância que estes fragmentos atingiam.

Vem daí então esta expressão tão curiosa, "as vias de fato".

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