Lá bem no começo, mas bem no começo mesmo, era o nada. Era o nada e Deus, completamente de saco cheio com aquele marasmo todo onde não tinha sequer um lugar pra se sentar ou se apoiar e o Deus foi se tomando de fúria e foi se possuindo pela cólera e acabou dando um baita pontapé no nada e foi aí que descaralhou o Big Bang e foi aquela ventania toda que acabou levando o próprio Deus pelos novos espaços que se criavam e o Deusinho tá até agora tentando voltar ao ponto de partida, bem descabelado que tá o Deus, lá na borda do universo plano que ainda continua bem louco se expandindo, pobre Deus, tão longe de nós, talvez um dia volte e certamente vai ter muito trabalho atrasado, aquela justiça divina de que se fala tanto e tanto falta, tanta coisa pra reparar, não é não?
Daí o homem, fingindo que acredita muito no Deusinho, falha todo o tempo com a justiça que deveria fazer com seus iguais e é só cagada.
A natureza, muito puta, só ficou olhando o descaralhamento todo e resolveu agir.
Não tem depois.
O depois já é.
O depois é agora.
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