domingo, 3 de agosto de 2014

CASAMENTO. GÊNERO DE PRIMEIRA NECESSIDADE.

Já faz algum tempo que cheguei à dura constatação de que o casamento é importantíssimo para a continuação de minha existência, pois quando estou só, sou um verdadeiro desastre.

Comecei a desconfiar disto quando por motivo de viagem da cônjuge, tive a experiência de ficar sozinho em casa e logo no terceiro dia fui obrigado a interditar a cozinha, com medo de ser atacado por larvas e superbactérias.

Uma pena, já que é na cozinha que ficam a Coca-Cola e o café, tão úteis pra gente ficar contente.

Necessito, realmente, de cuidados especiais. Me sinto uma ameba, um dependente. Às vezes, paro na frente de minha mulher e pergunto:

-E agora? O quê que vai acontecer?

Ela pode responder.

- Hoje teremos sexo.

Quando isso acontece, saio correndo e gritando pela casa! Hêeeeeêêêê . A mesma coisa que eu fazia quando o professor de Educação Física comunicava que a atividade do dia seria futebol. O que era bem raro. Raro como agora é o sexo.

Mas na maioria das vezes, quando pergunto o que vai acontecer, ela responde;

- Hoje iremos a uma exposição.

Fico gripado na hora, com um sono de dormir em ônibus. Com cinema acontece isto também. E teatro idem. Se for musical, então, sinto dores no peito. Já estou em idade de simular infarto e faz tempo. Mas acabo sempre indo. Como disse, sou um dependente, um protozoário.

Se levasse um chute na bunda e ficasse solteiro não resistiria muito tempo. Seria tragado rapidamente pela cirrose associada a moléstias sexuais. Duraria 5 ou 6 meses, certamente. Talvez chegasse a um ano de sobrevida, com a ajuda de aparelhos e enfermeiras gordinhas.

Dia destes estava numa festa falando sobre esta minha ridícula condição de dependência. Já tinha bebido um bocado e estava solando minhas bobagens para uma roda que estava bastante atenta. (coisa rara, pois moro no Rio de Janeiro e cariocas sempre falam em cima do que você está falando).

Nesta dissertação de asneiras, concluí meu pensamento com a seguinte frase:

- Na verdade, sou como uma frágil plantinha que necessita de constantes cuidados.

Ficou um silêncio quase constrangedor. As pessoas me olhando, interrogativas e surpresas. Então, na maior saia justa, arrematei como pude:

- Mas também. Que caule!




Fernando Corona – 2013





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