terça-feira, 26 de agosto de 2014
MEU PRIMEIRO CONTATO COM A VIOLÊNCIA NO RJ
Agora já posso contar, porque já passou, já foi e já não me marca, mas faz algum tempo estava indo na direção de um estúdio no bairro de Laranjeiras e isto era lá pelas 10 da manhã e no momento em que fui cruzar a via que leva o mesmo nome do bairro, vi que do outro lado da rua havia uma confusão. 3 caras grandes prensavam um baixinho contra a parede.
O sinal abriu para os carros e pude ver o primeiro tapa dado na cara do homem pequeno. Pensei; Vou me meter. Mas acontece que estava indo fazer um trabalho importante e já estava um tanto atrasado. Fiquei parado, olhando a cena.
Os sinais no Rio de Janeiro levam uma eternidade pra fechar e quando vi que os socos começaram a ser despejados na cabeça do carinha pensei em atravessar no meio dos carros mas logo freei meu ímpeto. Se você for atropelado aqui, ninguém dá a mínima. Conheci um cara que foi colhido na Presidente Vargas e em meia hora desapareceu no asfalto. Só ficaram uns pedaços do sapato e das cuecas no meio da avenida. A família economizou enterro.
Então fiquei frio, observando as pessoas passarem pela briga sem dar bola pra aquilo que estava acontecendo. Esta frieza que tem as cidades grandes, você sabe como é.
Eu também não podia me meter. Tava de banho tomado e concentrado pra gravação que iria fazer, mas vi que os grandões já estavam se servindo no baixinho e eu ali ansioso pra que o sinal fechasse logo.
Quando fechou, vi que o homenzinho conseguiu se livrar dos 3 e saiu correndo, mas um deles, habilmente lhe deu um passa pé, fazendo com que ele caísse de cara no chão e seguido a isto passaram a lhe chutar o cérebro brutalmente, e eu vendo aquilo não me contive, pois subiu o sangue. Atravessei a rua correndo e me meti na confusão. Olha só! Você, que agora deve estar lendo este relato, e certamente está tomado pela aflição. Você não pode imaginar como batemos, mas como batemos nesse baixinho!!!
Fernando Corona - 7/2014 - RJ
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