domingo, 10 de agosto de 2014

PÉROLAS



Minha filha Júlia, quando tinha uns 5 ou 6 anos, numa tarde fria, entrou na cozinha e mandou a seguinte frase;

- Os ovos são úteis.

Dei muita risada desta sentença definitiva. E como são! Minha mãe acha que o ovo é o alimento mais impressionante, pela quantidade de opções que oferece. Eu admiro a batata, pelo mesmo motivo.

Mas a Júlia vai fazer 11 anos e veio com duas pérolas que agora conto.

Dia destes eu estava em Porto Alegre e passávamos de carro pela PUC . A Laura, minha filha mais velha, de outro casamento, mostrou pra irmã:

– Olha, Júlia, é aqui que eu estudo.

Júlia ficou olhando para o prédio, a conversa seguiu e passaram a falar sobre idades e a Laura comentou que tinha colegas de até 60 anos. Pelo retrovisor vi os olhos espantadíssimos da pequena.
– O que??? Repetiram tanto assim???

No dia seguinte estávamos, novamente os três, na frente da casa de um coleguinha, quando ouvimos o som forte de uma sirene que vinha da avenida. Júlia disse:

– Hmmm...bombeiros. Eles não tem dinheiro. São pobres.

A Mana ouviu aquela observação estranha e perguntou curiosa.

– Mas porque são pobres, Júlia?
A resposta veio bem assim;

- Helôou....quase não tem incêndio!

Agora conto uma cena da Laura e do Fernando quando eram pequenos. A Laura quando tinha uns 6 ou 7 anos entrou no quarto, olhou pra mãe e disse.

– Mãe, eu quero transar.

A mãe, na maior saia justa, parou o que estava fazendo, e atônita gaguejava algo quando o Fernando, com um ano e pouco a mais que a irmã, também entrou no quarto. Sem saber como proceder, a mãe, buscando uma saída, se dirige a ele.

– Viu, Fernando, tua irmã disse que quer transar. Tu sabe o que é transar?
Ele responde.

– Claro, mãe. O homem e a mulher tiram a roupa, deitam na cama, o homem bota o pistulim dentro da perereca da mulher e daí começam a mexer.
A Mana, que ouvia atenta, se põe a dançar e saracotear perguntando.

–Assim, mano?
Ele levanta a mão, cheio de certeza, e responde.

– Não! Menos um pouco!

Fernando tem um primo, o Cidinho, da mesma idade, figura de valor e nessa mesma época se ouviu o seguinte diálogo. Falavam sobre sexo.

- Putz, como é que a gente pode gostar disso, se é tão nojento?

Silêncio. E resposta.

- Acho que a gente gosta porque é nojento mesmo.

                                                                   Fernando Corona - 2013



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